Oportunidade para flexibilização das metas pré-pastejo do manejo rotativo do capim-marandu

Autor: Caio Macret Gomes

Orientador: Prof. Dr. Sila Carneiro da Silva

Resumo:

O manejo do pastejo e a plasticidade fenotípica das plantas forrageiras determinam a estrutura do dossel que, associados a fatores edafoclimáticos, definem o padrão de acúmulo de forragem da pastagem. Estudos observaram que o critério de 95% de interceptação luminosa (IL) durante a rebrotação para interrupção do crescimento do dossel forrageiro e entrada dos animais no pasto propicia o maior acúmulo líquido de folhas e reduzido acúmulo de colmo e de material morto. Segundo o mecanismo de compensação tamanho/densidade populacional de perfilhos, o dossel forrageiro pode atingir o índice de área foliar crítico (IAF crítico) e interceptar 95% da luz incidente sob diferentes alturas de manejo e tamanho de perfilho, o que poderia gerar flexibilidade para as metas de entrada nos pastos. O objetivo deste estudo foi avaliar as características estruturais, a compensação tamanho/densidade de perfilhos e o acúmulo de forragem em pastos de Urochloa brizantha cv. Marandu manejados com alturas pré-pastejo inferiores ou igual a 25 cm, esta última associada aos 95% de IL em trabalhos anteriores, para verificar a possibilidade de flexibilização do manejo dessa planta forrageira. O experimento foi conduzido no Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ entre maio de 2017 e abril de 2018. Esse período foi dividido em fase de adaptação, verão e outono. Os tratamentos foram determinados por alturas pré-pastejo de 25, 22, 19 e 16 cm com severidade de pastejo moderada, caracterizada por uma altura pós-pastejo equivalente a 50% daquela de entrada (12,5; 11,0; 9,5 e 8,0 cm; respectivamente). O delineamento experimental foi de blocos completos casualizados, com quatro repetições, totalizando 16 unidades experimentais (piquetes de 1.200 m2). Foram avaliadas as variáveis-reposta intervalo de pastejo; massa de forragem pré e pós-pastejo; composição morfológica pré e pós-pastejo; índice de área foliar pré e pós-pastejo; densidade populacional de perfilhos; peso seco por perfilho; área foliar por perfilho; volume por perfilho; peso específico por perfilho; relação área foliar:volume do perfilho; interceptação luminosa em pré e pós-pastejo; ângulo médio da folhagem em pré e pós-pastejo; taxa de acúmulo de forragem; taxa de acúmulo de folhas, de colmos e de material morto. O capim-marandu demonstrou alta plasticidade fenotípica associada à compensação tamanho/densidade populacional de perfilhos plena entre as alturas pré/pós-pastejo de 19/9,5 cm e 25/12,5 cm. Não houve variações em IAF e em taxa de acúmulo de forragem, de folhas, de colmo e de material morto entre os tratamentos. Os perfilhos apresentaram padrão de crescimento isométrico, não havendo variações na relação área foliar:volume do perfilho e densidade aparente. Dessa forma, é possível flexibilizar as metas pré-pastejo do capim-marandu em sistemas rotativos com alturas de entrada variando de 19 a 25 cm desde que a severidade de desfolhação seja moderada (redução de 50% da altura pré-pastejo).

 

Acesso ao trabalho na integra:

https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-03092019-112655/publico/Caio_Macret_Gomes.pdf

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