Na atividade da agropecuária, ao produtor interessa a diferença obtida entre os preços de seus produtos e os custos de produção, sendo extremamente importante conscientizá-lo que, as vantagens nessa operação matemática, será conseguida, imprescindivelmente, respeitando as características dos componentes do ecossistema.
Muito se fala em sistemas de produção de leite e de carne como sendo realizados em propriedades, no entanto, existe uma distância muito grande entre aquilo que se menciona e o que é feito de fato. Para iniciar a exploração dos animais domésticos, considerando como mais econômico a alta produção de forragem de boa qualidade, para inclusive melhorar a produção por unidade de área, o sistema como um todo precisa ser bem manejado. A produção final dependerá da inter-relação dos fatores como: solo (química e física); planta (morfologia e fisiologia); clima e animal. Mesmo assim, a continuidade do produtor no mercado, fatalmente, estará associada a sua habilidade em administrar os recursos disponíveis em sua propriedade, e como seu produto conseguirá espaço no mercado.
O componente animal é formado por representantes que tem como característica principal o aproveitamento de alimentos menos nobres. O produtor precisa estar ciente de que, para produzir um bom alimento a custo baixo, é necessário, antes de mais nada, explorar a sua principal característica como transformadores de alimentos volumosos. Os bovinos possuem uma câmara de fermentação que ocupa cerca de 80% de seu estômago e nele habitam microrganismos especialistas em realizar as transformações fermentativas, entretanto é necessário respeitar as suas exigências para que seja mantida a “saúde” desse compartimento.
O Brasil, embora apresente vasto território e clima favorável à produção de alimentos aos seus animais, a baixo custo e de qualidade, na realidade, o que se observa, ano após ano, é o desprezo que nossos produtores dão às áreas de pastagens. É preciso garantir aos animais forragem farta e de qualidade para que, ao menos, possam expressar o seu potencial como ruminantes e produtores de leite ou de carne.
A produtividade da agropecuária brasileira é reconhecidamente baixa, os índices zootécnicos alcançados pelos nossos rebanhos são bastante preocupantes, principalmente se considerarmos que o país possui excelente material genético e dispõe de tecnologia comparável ao que há de mais moderno nos países mais ricos e desenvolvidos.
Ao se analisar essa pequena produtividade, deve-se levar em conta que a produção de carne ou leite está diretamente relacionada na maior parte das vezes aos fatores climáticos e ao baixo nível zootécnico do rebanho médio nacional. A dependência climática tem ação decisiva sobre a produção de forragens ao longo do ano e sobre a performance do rebanho, provocando, inclusive, oscilação na oferta de produtos pecuários no mercado.
As pastagens tropicais, devido a maior quantidade de energia luminosa incidente na região dos trópicos e a sua fisiologia, são quase duas vezes mais produtivas que as pastagens de clima temperado. Ocorre que a produção de massa verde das plantas forrageiras tropicais concentra-se no período quente e chuvoso do ano (outubro a março), com 75% do total. Nessas condições de produção só será possível ao criador manter o gado em regime de pasto durante o ano todo se a lotação da pastagem for regulada pelo mínimo de produção de forragem.
Ou seja, temos um excesso de pastagem no verão que é desperdiçado e no inverno a produção de forragem não acompanha a necessidade de nutrição de animais. Para mitigar esse problema é preciso utilizar técnicas de diferimento e de conservação de forragem.
O planejamento da formação e do uso das pastagens deve partir de um princípio básico que considera cada propriedade como uma unidade de produção particularizada, ou seja, é necessário que antes de iniciarmos os trabalhos, se tenha um diagnóstico do local e dos recursos naturais disponíveis. Este levantamento pretende levar em consideração fatores como condições climáticas, a capacidade de uso do solo, a declividade do terreno, o tipo de vegetação, a água disponível (em quantidade e qualidade), o acesso a propriedade e a viabilidade da comercialização do produto final do empreendimento. Quanto mais completo for este diagnóstico, mais eficiente será sua implantação e mais fácil será a execução do manejo a ser implantado.
Altas produções de leite, carne e lã estão condicionadas a alimentação e ao manejo dos animais. Além disso, o nível de produção e de qualidade das forrageiras ligado, dentre outros fatores, à fertilidade do solo.
Um pasto em degradação pode ser caracterizado por estar constituído por uma associação de numerosas espécies vegetais que concorrem entre si, pela ocupação do terreno.
Se não houver auxílio (tratos culturais, adubação, etc…) às plantas úteis, a tendência será o desaparecimento progressivo delas, sendo substituídas pelas espécies de não interesse (invasoras). Quando a pastagem se encontra em adiantado processo de degradação, o efeito da adubação será bastante limitado podendo se tornar anti-econômico devido a mato competição. O manejo inadequado da pastagem, tanto por sub como por super pastejo, pode mascarar os efeitos da adubação. Vários trabalhos mostram que as forrageiras respondem significativamente a adubação. É preciso determinar o momento certo da adubação para que se tenha o resultado esperado e isso só será possível se estivermos acompanhando o desempenho da pastagem através das taxas de lotação e do desempenho dos animais.
Através da identificação criteriosa das características da propriedade e do estado das plantas pode-se chegar a uma situação bem próxima da ideal, ou seja, adequada as necessidades de cada rebanho.
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