Efeito da adição de óleos essências, enzimas, ionóforos e combinações de aditivos em dietas para bovinos em terminação

Autor: Murillo Alves Porto Meschiatti

Orientador: Prof. Dr. Flávio Augusto Portela Santos

Resumo:

Independente do tipo de dieta utilizada, a busca por aumento da digestão dos nutrientes tem sido alvo da maior parte das pesquisas realizadas no mundo. O objetivo dessa tese foi avaliar os efeitos da inclusão de óleos essenciais, enzimas, ionóforos e combinações de aditivos na performance animal, saúde ruminal e digestibilidade aparente em bovinos de corte da raça Nelore confinados alimentados com dietas de terminação com alto concentrado. O estudo foi composto por dois experimentos de desempenho e dois de metabolismo. No Capítulo 1 dessa tese 2 experimentos foram conduzidos para avaliar o desempenho de bovinos terminados em confinamento recebendo dietas que continham óleos essências e enzimas exógenas. Os tratamentos em cada experimento consistiram em: MON (monensina sódica, 26 mg/Kg); BEO (blend de óleos essenciais – 90 mg/kg); BEO+MON; BEO+AM (blend de óleos essenciais mais α-amilase – 90 mg/kg + 560 mg/kg, respectivamente) e BEO+AM+PRO (óleos essenciais mais α-amilase mais protease (90 mg/kg + 560 mg/kg + 840 mg/kg, respectivamente). No Exp. 1 foram utilizados 300 animais Nelore distribuídos aleatoriamente em 60 baias. Comparado com MON, a combinação BEO+AM resultou em maior CMS, maior GPD e proporcionou 12 kg a mais de carcaça, sem alterar a eficiência alimentar. BEO+MON e BEO não proporcionaram melhora no desempenho, quando comparada com MON. No Exp. 2, 5 animais canulados no rúmen foram usados para avaliar, CMS, digestibilidade aparente dos nutrientes e parâmetros ruminais em um quadrado latino 5 x 5. BEO aumentou a digestibilidade no trato total da PB comparada com MON. Os consumos de todos nutrientes, com exceção de EE foram maiores para animais alimentados com BEO+AM, quando comparados com MON, sem diferenças na digestibilidade no trato total. Em resumo, BEO aumenta o CMS de animais confinados em relação a MON, sem alterar a eficiência alimentar. Um sinergismo entre BEO e AM foi observado, resultando em aumento da produção de carcaça. No Capítulo 2, avaliou-se o desempenho e respostas metabólicas de animais confinados recebendo dietas com alto teor de milho (82.5% da MS), processado em moído (1,66 mm; MG) e moído grosso (2,12 mm; CG), combinado com monensina (monensina sódica, 26 mg/Kg; MON) ou com blend de óleos essenciais mais α-amilase (90 mg/kg + 560 mg/kg, respectivamente; BEO+MON). No Exp. 1, 256 animais Nelore foram blocados em 48 baias, as quais foram distribuídas aleatoriamente a um arranjo fatorial 2 x 2 nos tratamentos por 99 dias. Animais alimentados com BEO+MON apresentaram maior CMS do que animais alimentados com MON. Foi observada interação entre processamento e aditivo para PCQ, na qual animal alimentados com BEO+MON e CG obtiveram 11 kg a mais. No Exp. 2, quatro animais canulados no rúmen foram assimilados as mesmos tratamentos do Exp. 1, em um quadrado latino 4 x 4. Efeito de processamento foi detectado no consumo de MS, PB, FDN, CNF, amido e NDT, os quais foram maiores para animais alimentados com milho CG do que MG. Efeito de aditivo foi observado na concentração de NH3-N ruminal, a qual foi menor para animais alimentados com BEO+AM comparado a animais que receberam MON. Em suma, reduzir o tamanho de partícula de 2,12 mm para 1,66 mm não melhorou o desempenho e os parâmetros de fermentação ruminal. A suplementação com BEO+AM resulta em maior produção de carcaça comparada com monensina, quando incluída em dietas com milho moído grosseiramente.

 

Acesso ao trabalho na integra:

https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-12082019-143551/publico/Murillo_Alves_Porto_Meschiatti_versao_revisada.pdf

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