Autor: Adenilson José Paiva
Orientador: Prof. Dr. Sila Carneiro da Silva
Resumo:
Recentemente, estudos envolvendo o conhecimento das características morfogênicas e estruturais de plantas forrageiras adquiriram grande importância por auxiliarem na compreensão do que ocorre com estas nas pastagens, quando submetidas a estratégias de manejo do pastejo. Frequentemente a adubação nitrogenada é utilizada como forma de promover aumento do ritmo de crescimento das plantas que, por meio da renovação de perfilhos, pode resultar em modificações significativas da faixa etária de perfilhos que compõem o pasto, influenciando as respostas morfogênicas e estruturais da planta forrageira. O objetivo deste experimento foi avaliar a influência da idade dos perfilhos sobre as características morfogênicas e estruturais de pastos de capim-marandu mantidos a 30 cm de altura por meio de lotação contínua e submetidos a ritmos morfogênicos contrastantes gerados por meio de adubação nitrogenada. Os tratamentos corresponderam à aplicação de três doses de nitrogênio (150, 300 e 450 kg/ha de N) mais o controle (sem adubação), e foram alocados às unidades experimentais (piquetes de 1.200 m2) segundo um delineamento de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes variáveis-resposta durante o outono/inverno de 2007 e o verão de 2008: taxa de aparecimento de folhas (TApF), filocrono (dias), taxa de alongamento de folhas (TAlF) e de colmos (TAlC), duração de vida das folhas (DVF), taxa de senescência de folhas (TSeF), comprimento final das folhas expandidas (CFF), comprimento de colmo (CC), número de folhas em expansão (NFE), número de folhas senescentes (NFS), número de folhas vivas por perfilho (NFV) e a faixa etária dos perfilhos na população de plantas. De forma geral, ritmos morfogênicos mais acelerados (pastos adubados com 300 e 450 kg/ha de N) resultaram em população de perfil mais jovial que ritmos morfogênicos mais lentos (pastos não adubados e/ou adubados com 150 kg/ha de N). Perfilhos jovens apresentaram maiores valores de TApF e de TAlF e menores valores de filocrono e de DVF que perfilhos maduros e velhos. Essas variações em respostas morfogênicas resultaram em maior CFF e NFV para perfilhos maduros, menor NFE para perfilhos velhos e menor CC e NFS para perfilhos jovens no outono/inverno. Já no verão, resultaram em menor CFF e NFV para perfilhos velhos, e menor CC para perfilhos jovens. Ritmos morfogênicos mais acelerados determinam uma população com um perfil mais jovial, caracterizada por aparecimento e alongamento de folhas mais rápido que perfilhos maduros e velhos, indicando que estratégias de manejo do pastejo e/ou práticas agronômicas que permitissem maior renovação da população de perfilhos poderiam resultar em aumentos de produção de forragem, contribuindo para aumentos de produtividade animal.
Acesso ao trabalho na integra:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-22062009-142522/publico/Adenilson_Paiva.pdf