Autor: Marcos Vinicius Biehl
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Vaz Pires
Resumo:
Três experimentos foram desenvolvidos para avaliar protocolos hormonais de sincronização de estro e ovulação em fêmeas Nelore, extratificadas nas três principais categorias de fêmeas (vacas secas, novilhas e vacas paridas) comumente encontradas nas propriedades. Os experimentos possuíam objetivos de comparar a performance reprodutiva das categorias supra citadas, sobre a taxa de detecção do estro, taxa de prenhez na IA (exp. I e II) e/ou IATF (exp III) e no repasse, de fêmeas submetidas a protocolos de sincronização do estro e ovulação. EXP I: Foram utilizadas vacas Nelore não lactantes (n=286), blocadas em um esquema fatorial 2×3, e receberam no D0 o CIDR e 2mg de benzoato de estradiol (BE). O CIDR permaneceu por 5 dias (D5) ou 7 dias (D7), no dia da remoção do CIDR, as vacas receberam PGF2α (12,5mg, 25mg ou 50mg), formando os tratamentos: 5d12,5mg, 5d25mg, 5d50mg, 7d12,5mg, 7d25mg e 7d50mg. O estro foi detectado em 83.2% (238/286) das vacas, onde D7 (88,0%) foi superior (P<0,05) ao D5 (78,7%). Não houve diferença no tempo médio para detecção do estro que foi de 70,1 ±17,2 h. A taxa de concepção não diferiu entre os tratamentos. A taxa de prenhez à IA foi maior (P<0,05) para o D7 (54,2%) quando comparado ao D5 (39,6%). A taxa de prenhez no repasse e na prenhez total não diferiram entre os tratamentos. EXP II: Utilizou-se 407 novilhas Nelore pré-puberes, blocadas em um esquema fatorial 4×2, as novilhas receberam no D0 o CIDR e 2 mg de BE, o CIDR permaneceu por 5, 7, 9 ou 11 dias. No dia da remoção do CIDR, as novilhas receberam 25mg de PGF2α e 300 UI eCG. Além disso metade das novilhas receberam 1 mg de BE 48 horas após a retirada do CIDR. A detecção do estro foi maior (P<0,05) para as novilhas que receberam BE (87,3%) quando comparado aos s/BE (54,6%). O tempo médio para detecção do estro foi de 68,1 ±17,3 h. A taxa de concepção não foi influênciada pelos tratamentos, porém a taxa de prenhez da inseminação da sincronização foi maior para o grupo BE (18,8%) quando comparado ao s/BE (12,4%). A taxa de prenhez final não diferiu entre os tratamentos e foi de 62,3%. EXP III: Foram utilizadas vacas Nelore lactantes (n=191), divididas em dois tratamentos: 1xPGF-5d (as vacas permaneceram com o CIDR por 7 dias, sendo que 25mg de PGF2α foi aplicada no D5); 2xPGF-0/7d (as vacas permaneceram com o CIDR por 7 dias, sendo realizadas duas aplicações de 12,5mg de PGF2α, no D0 e D7). O CIDR foi retirado no D7, e aplicou-se 0,3 ml de ECP e 300 UI de eCG. Após 50 horas todas as vacas foram submetidas à IATF. No momento da inserção do CIDR 24% das vacas estavam ciclícas. O estro foi detectado em 54,45% (104/191) das vacas, sendo similar entre os tratamentos. O tempo médio para detecção do estro foi de 36,4 ± 8,7 h. Não houve diferença na concepção à IATF, que foi de 59,5 e 59,6% para os tratamentos 1xPGF-5d e 2xPGF- 0/7d, respectivamente. A taxa de prenhez ao final da estação de monta não diferiu e foi de 82,9% para 1xPGF-5d e 86,6% para 2xPGF-0/7d. Em todos os experimentos foi realizada a detecção do estro, com o auxilio de rufiões por até 5 dias após a remoção do CIDR, sendo novamente detectado 10 dias após por um periodo de até 10 dias. Os animais dos exp. I e II foram inseminadas de acordo com o protocolo AM/PM. O diagnóstico de gestação foi realizado de acordo com a caracteristica de cada experimento, mas sempre com o objetivo de identificar e quantificar a origem da prenhez (IA ou repasse). Em vacas Nelore não lactantes, a utilização de protocolos de 7 dias, possui uma performance reprodutiva melhor do que 5 dias de permanência do CIDR. Em novilhas pré-puberes a utilização de BE 48 horas após a remoção do CIDR, aumentou a taxa de detecção de estro, impactanto diretamente no incremento da taxa de prenhez à IA. A utilização do protocolo 7d BE+CIDR, apresenta bons resultados reprodutivos, sendo que podemos reduzir o número de manejos sem o comprometimento da performance reprodutiva, realizando a aplicação de 12,5mg na inserção e na retirada do CIDR.
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